Iniciativas tentam combater as fake news

Uma coalizão de 24 organizações de mídia do Brasil lançou recentemente o projeto Comprova, que tem como objetivo identificar, checar e combater notícias fraudulentas, as fake news. Já a agência Aos Fatos desenvolveu um robô para o Twitter (@fatimabot) que identifica informações comprovadamente falsas e avisa aos usuários que compartilharam a notícia. O professor e jornalista Carlos Eduardo Lins da Silva, na coluna desta semana, comenta essas iniciativas, mas destaca que, na batalha contra as fake news, o grande gargalo ainda está nas mensagens compartilhadas por Whatsapp. “Quando uma mensagem é enviada por um amigo ou parente, ela acaba tendo mais credibilidade”, ele destaca.

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O áudio da entrevista pode ser ouvido na fonte original do texto, que está disponível no Jornal da USP.

Parlamento Europeu rejeita polêmica nova lei de direitos autorais

O Parlamento Europeu (PE) votou ontem (5) e vetou o projeto de lei que reformaria as diretivas europeias de direitos autorais. A controversa proposta, chamada oficialmente de Diretiva de Direitos Autorais, foi apresentada como uma tentativa de modernizar a legislação e havia sido aprovado pela comissão de assuntos jurídicos do PE, mas sofre grande oposição de figuras conhecidas, como o “pai da web” Tim Berners-Lee, o ator e ativista social Stephen Fry e gigantes da internet como Google e Wikipédia.

A votação terminou com 318 votos contrários a nova lei, 278 votos a favor e 21 abstenções, resultando em uma derrota do novo projeto por margem de 40 votos. Com a decisão dos eurodeputados, inicia-se um novo debate e uma nova votação decisiva acontecerá em setembro deste ano.

Controvérsia

A polêmica da nova lei, a primeira tentativa de reformar os ditames legais sobre direitos autorais na Europa desde 2001, se concentra basicamente em dois de seus artigos, o 11 e o 13. O artigo 11 obriga sites a obterem autorização dos autores para linkar outros sites em suas publicações, o que tornaria inviável a existência de serviços como a própria Wikipédia.

Já o artigo 13 determina que plataformas da web devem adotar ferramentas para identificar automaticamente possíveis violações de direitos autorais. Essa medida é um lobby evidente de grandes nomes da indústria da música e do cinema para pressionar sites como Facebook, Instagram e YouTube e obrigá-los a combater possíveis violações em seus serviços.

Vale lembrar que a nova legislação, mesmo que aprovada futuramente, é uma diretiva. Isso significa que ela não obriga nenhum dos 28 países-membros da União Europeia a segui-la, mas eles podem adotar termos da legislação para reformular as suas próprias regras nacionais de direitos autorais. GDPR: A nova lei cibernética que pode afetar todo o mundo 

Disponível em: <https://www.tecmundo.com.br/mercado/131987-parlamento-europeu-rejeita-polemica-nova-lei-direitos-autorais.htm>. Acesso em: 9 jul. 2018.

Prêmio de Pesquisa WhatsApp para Ciências Sociais e Desinformação

O WhatsApp é uma forma rápida, simples e confiável de se comunicar com qualquer pessoa ao redor do mundo. Mais de 1.5 bilhão de pessoas em mais de 180 países usam o WhatsApp para se manter em contato com suas famílias e amigos, em qualquer lugar e a qualquer momento. Além de ser gratuito, o WhatsApp está disponível em um grande número aparelhos móveis e em áreas de baixa conectividade, tornando-se acessível e confiável onde quer que se esteja. É uma maneira simples e segura de compartilharmos nossos momentos favoritos, enviarmos informações ou ficarmos em dia com nossos amigos. O WhatsApp ajuda as pessoas a se conectarem e compartilharem, independentemente de onde estejam no mundo.

O WhatsApp se importa com a segurança de seus usuários e vem buscando aprofundar sua compreensão a respeito de problemas de segurança que as pessoas venham a enfrentar no aplicativo. Queremos também entender o que mais pode ser feito dentro do WhatsApp e através de parcerias com a sociedade civil para abordarmos estes problemas. Para esta primeira fase do programa, o WhatsApp está oferecendo um conjunto de prêmios para pesquisadores interessados em explorar questões relacionadas à desinformação (propagação de informações inverídicas) no WhatsApp. Desejamos receber propostas de qualquer disciplina relativa às ciências sociais que promova novas perspectivas sobre o impacto da tecnologia na sociedade contemporânea inserida nesta problemática. Os Prêmios de Pesquisa WhatsApp financiarão propostas de pesquisas independentes e desenvolvidas para serem compartilhadas com o WhatsApp, o Facebook e comunidades acadêmicas e políticas mais amplas. Estes prêmios financeiros são irrestritos e oferecem aos investigadores a liberdade de se aprofundarem e estenderem seus portfolios de pesquisa atuais. Convidamos a indivíduos com experiência sólida no estudo de interações online e tecnologias da informação, bem como pessoas interessadas em expandir sua pesquisa existente em tais áreas.

Áreas Fundamentais de Exploração

Consideraremos propostas que apresentem perspectivas científico-políticas e tecnológicas e cujos projetos enriqueçam o nosso entendimento sobre o problema da desinformação no WhatsApp. Alta prioridade será dada às seguintes áreas (mas não se limitarão às mesmas):

  • Processamento de informações de conteúdo problemático: aceitaremos propostas que explorem as variáveis sociais, cognitivas e relativas ao processamento de informações envolvidas no consumo de conteúdo recebido no WhatsApp, sua relação com a credibilidade do conteúdo e a decisão de propagar tal conteúdo. Isto inclui fatores como comportamentos não-verbais, relacionamentos sociais, sistemas de valores pessoais, características do conteúdo, fontes do conteúdo, etc. Estamos interessados em compreender que aspectos desta experiência podem ajudar indivíduos a abordar conteúdos potencialmente problemáticos de forma mais crítica.
  • Informações relativas a eleições: aceitaremos propostas que examinem como atores políticos utilizam o WhatsApp para organizar e potencialmente influenciar as eleições em seus eleitorados. O WhatsApp é um poderoso veículo para atores políticos se conectarem e se comunicarem com seus eleitorados. Entretanto, este veículo pode ser mal utilizado ao se compartilhar conteúdo político incorreto ou imoderado. Estamos interessados em compreender este espaço tanto do ponto de vista dos atores políticos quando das bases eleitorais. Isto inclui compreender características únicas ao WhatsApp para a desempenho de atividades políticas e seu lugar no ecossistema de plataformas de envio de mensagens e de redes sociais, canais de distribuição de conteúdo político, estratégias de alcance, etc.
  • Efeitos de rede e viralidade: aceitaremos propostas que explorem as características de redes e conteúdo. O WhatsApp é desenvolvido para ser um espaço de comunicação pessoal e privado e não é desenhado para facilitar tendências ou viralidades através de algoritmos ou comentários. Entretanto, estes comportamentos se dão organicamente ao longo das dimensões sociais. Estamos interessados em projetos que aprofundem nosso entendimento acerca da difusão de informações através das redes no WhatsApp.
  • Alfabetização digital e desinformação: aceitaremos propostas que explorem a relação entre a alfabetização digital e a vulnerabilidade à propagação de informações inverídicas no WhatsApp. O WhatsApp é bastante popular em mercados emergentes e especialmente entre pessoas recém familiarizadas com a Internet e populações com pouca exposição à tecnologia. Estamos interessados em pesquisas que ajudem a embasar nossos esforços em trazer tecnologias a regiões geográficas carentes de maneira segura e eficaz. Isto inclui estudos de indivíduos, famílias e comunidades, bem como investigações mais amplas sobre fatores que delineiam o contexto da experiência do usuário online.
  • Detecçao de comportamento problemático em sistemas criptografados: aceitaremos propostas que examinem soluções técnicas para se detectar comportamentos problemáticos levando-se em conta as restrições e princípios da criptografia. O sistema de criptografia de ponta a ponta do WhatsApp protege a privacidade e segurança de todos os usuários do aplicativo, incluindo pessoas que podem estar usando a plataforma para atividades ilegais. Como podemos detectar atividades ilegais sem monitorar o conteúdo de todos os nossos usuários? Estamos particularmente interessados em compreender e impedir atividades que facilitem a propagação de informações verificavelmente falsas.

O Formato do Programa

Daremos preferência a propostas baseadas em pesquisa independente, na qual o candidato desenvolva ferramentas conceituais, compile e analise dados e/ou investigue questões relevantes. Cada premiado manterá todos os direitos de propriedade intelectual a seus dados e análises. Funcionários do WhatsApp poderão fornecer orientações, mas os pesquisadores são responsáveis pela condução do escopo de seu trabalho.

O programa oferecerá prêmios irrestritos de até U$50,000 por proposta de pesquisa. Todas as inscrições serão revistas pelo grupo de pesquisadores do WhatsApp em consulta com especialistas externos. O pagamento será feito à universidade anfitriã ou à organização do candidato como uma doação sem restriç˜ões de uso.

Além dos montantes dos prêmios, o WhatsApp convidará os premiados a participar de duas oficinas:

  1. A primeira oficina fornecerá uma introdução detalhada de como o WhatsApp funciona, bem como contexto na área de desinformação aos premiados. A oficina também permitirá que os participantes recebam comentários do grupo de pesquisadores do WhatsApp e de seus convidados acerca de seus trabalhos. Esperamos que este evento facilite colaborações internacionais entre pesquisadores e times nesta área. A data provisória para esta oficina será os dias 29 e 30 de outubro de 2018, em Menlo Park, na Califórnia, Estados Unidos.
  2. Uma segunda oficina permitirá que os premiados apresentem suas descobertas iniciais ao WhatsApp e a outros premiados, possibilitando uma oportunidade de contextualizarem seus resultados iniciais entre si. Nossa expectativa é a de que os beneficiários dos prêmios, após a conclusão de suas pesquisas, compartilhem seus trabalhos com o público mais amplo. Este evento está previsto para acontecer ao final de abril de 2019, tendo sua data exata a ser definida num momento futuro.

O WhatsApp cuidará dos detalhes e arcará com os custos das viagens e acomodações para um representante de cada projeto premiado. Isto não estará incluído no valor dos prêmios.

Dados

  • Nenhum dado do WhatsApp será fornecido aos receptores dos prêmios;
  • Todos os dados gerados pelas pesquisas serão propriedade intelectual dos pesquisadores e não precisam ser compartilhados com o WhatsApp.

Inscrições, Qualificações e Expectativas para os Participantes

  • As inscrições devem ser feitas em inglês e conter o seguinte:
    • O título da pesquisa, a identificação do investigador principal (IP) e sua afiliação institucional para efeitos da pesquisa proposta;
    • Um breve resumo do projeto (espaço duplo, fonte tamanho 12, máximo de 5 páginas) que especifique o trabalho proposto. Este resumo deve conter os seguintes elementos:
      • especificações da(s) pergunta(s) sendo feita(s);
      • declaração clara da metodologia aliada a exemplos de quando/onde esta abordagem gerou visões para a pesquisa;
      • plano para coleta de dados, análise e/ou trabalho conceitual;
      • descrição dos desdobramentos e resultados esperados do trabalho;
      • relevância para o nosso entendimento acerca das experiências de usuários em ambientes online.
    • Uma biografia de 1 página e o currículo do investigador principal com referências a publicações relevantes. Resumos de biografias de outros membros da equipe ou colaboradores.
    • Uma declaração clara do orçamento requisitado.
  • Preferência será dada a pesquisas conduzidas em países onde o WhatsApp é um proeminente meio de comunicação (Índia, Brasil, Indonésia, México, etc.).
  • Preferência será dada a propostas de pesquisadores ou colaboradores no país/países sendo pesquisados;
  • Preferência será dada a inscrições de candidatos que possuem doutorado. Em casos excepcionais, consideraremos inscrições de pesquisadores que, apesar de não possuirem doutorado, apresentem um histórico de alto nível em pesquisas referentes às ciências sociais ou tecnologia.
  • Esta premiação é restrita a pesquisas de ciência sociais e tecnológicas que contribuam ao conhecimento científico generalizado e sua aplicação. Documentários, jornalismo e história oral não são qualificados.
  • Os prêmios serão concedidos ao departamento da universidade, instituto de pesquisa ou organização do premiado; portanto, todos os inscritos devem ser afiliados a uma instituição que promova pesquisas e que processe prêmios de financiamento externos. Todos os prêmios serão pagos em dólares americanos.
  • Estamos abertos a propostas de indivíduos sem experiência prévia em pesquisa sobre redes sociais ou Internet. Encorajamos propostas de indivíduos que desejem expandir seu portfólio de pesquisa nas áreas de tecnologias da informação e da comunicação.
  • Todos os premiados são veementemente encorajados a participar das oficinas associadas a este programa. O WhatsApp cuidará dos detalhes e arcará com os custos das viagens.
  • A pesquisa proposta deverá ser conduzida até a data da segunda oficina, em abril de 2019. Os materiais que abrangerem o relatório final da pesquisa devem estar em inglês e disponíveis para o WhatsApp e os outros premiados até a data da segunda oficina. Todos os direitos sob estes materiais pertencerão ao beneficiário do prêmio.
  • Após os beneficiários aceitarem seus prêmios, o WhatsApp compartilhará publicamente na página de pesquisa do Facebook um resumo dos resultados da pesquisa. Este resumo incluirá os nomes dos principais investigadores e os títulos das propostas. Estas informações poderão estar presentes em outras apresentações ou em comunicações relacionadas a este trabalho.

Ao se candidatar a este prêmio, você concorda com o seguinte:

  • Você possui afiliação a uma instituição que promove pesquisas e que processe prêmios de financiamento externos.
  • Se o seu projeto for selecionado, sua instituição receberá o prêmio como uma doação em dólares americanos e na quantia decidida exclusivamente pelo WhatsApp.
  • Você está ciente do convite às duas oficinas presenciais do WhatsApp (provisoriamente em outubro de 2018 e abril de 2019).
  • Você está ciente de que o WhatsApp publicará seu nome e a sua proposta de pesquisa recebedora do prêmio.
  • Você pretende apresentar os resultados da sua pesquisa na segunda oficina do WhatsApp, provavelmente em Menlo Park, Califórnia, Estados Unidos, ao final de abril de 2019. As oficinas e apresentações serão ministradas em inglês. Intérpretes serão providenciados, caso necessário. Importante: O WhatsApp cuidará dos detalhes e arcará com os custos das viagens.

Cronograma e Datas

As inscrições serão recebidas até o dia 12 de agosto de 2018, às 11:59 (horário do pacífico). Os beneficiários dos prêmios serão comunicados a respeito de suas inscrições por email até o dia 14 de setembro de 2018.

Questions

Para perguntas a respeito do prêmio, por favor, entre em contato conosco.

INSCRIÇÃO

Disponível em: <https://www.whatsapp.com/research/awards/>. Acesso em: 6 jul. 2018.

Brasil terá órgão de proteção dos direitos intelectuais


19.6.2018 – 9:28

Foi publicado nesta terça-feira (19), no Diário Oficial da União, decreto que modifica a estrutura do Ministério da Cultura (MinC), instituindo a Secretaria de Direitos Autorais e Propriedade Intelectual. A pasta terá o papel de atuar como órgão regulador e fiscalizador, estabelecendo as bases para que a política de proteção dos direitos autorais seja aprimorada e avance para outros campos da cultura, como o audiovisual, o teatro e as plataformas de conteúdo digital. A secretaria contará, ainda, com uma coordenação específica para o desenvolvimento de políticas e ações articuladas de combate à pirataria e ao tráfico de bens culturais.

“Queremos dar a atenção, a dimensão e a abrangência que o tema merece. A nova secretaria terá envergadura suficiente para atuar na adoção de medidas educativas, repressivas e também no estabelecimento de um diálogo saudável entre poder público e iniciativa privada. Também será responsável por enfrentar desafios urgentes, como o combate à pirataria e ao tráfico de bens culturais˜, disse o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão. Os assuntos da área de propriedade intelectual, até então, estavam sob a responsabilidade do Departamento de Direitos Intelectuais da Secretaria da Economia da Cultura.

Não vai haver geração de despesa por causa da criação da nova pasta nem aumento de cargos comissionados. Servidores serão realocados na reestruturação, que visa a otimização do quadro geral das secretarias do Ministério, tornando-o mais ágil e eficiente na condução das políticas públicas. O  nome do titular da nova Secretaria ainda não foi oficializado, mas será anunciado em breve.

Estrutura

A nova secretaria é composta por dois departamentos: o de Política Regulatória e o de Acompanhamento, Registro e Fiscalização. Cada um terá duas coordenações gerais. O Departamento de Política Regulatória será composto pela Coordenação Geral de Regulação, Negociações Internacionais e Análise Normativa e pela Coordenação Geral de Difusão e Promoção. Já o Departamento de Acompanhamento, Registro e Fiscalização terá as Coordenações de Registro e Habilitação, e de Fiscalização e Combate à Pirataria e Tráfico de Bens Culturais.

De acordo com Sá Leitão, a criação de uma coordenação específica de combate à pirataria e ao tráfico de bens culturais dentro da pasta é um passo importante para que o Brasil avance na definição de uma política de proteção. “Temos agora condições de colocar o país entre os que melhor tratam a questão”, afirmou.

A atuação desta coordenação terá reforço na ação conjunta com outros órgãos do governo federal. O MinC participa, por exemplo, do Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP) do Ministério da Justiça. Além disso, foi criada em abril a Coordenação de Combate à Pirataria dentro da estrutura organizacional da Agência Nacional do Cinema (Ancine), entidade vinculada ao Ministério.

A pirataria de bens e serviços culturais é o principal obstáculo à consolidação das indústrias criativas no Brasil. Trata-se de um problema grave, que priva os agentes formais das cadeias de valor das atividades culturais e criativas de sua justa remuneração e reduz suas externalidades positivas. Apenas no caso do audiovisual, estima-se que o setor perca, anualmente, mais de R$ 2 bilhões em receitas; o governo, cerca de R$ 720 milhões em impostos; a sociedade, 55 mil postos de trabalho.

Direitos autorais

A partir da nova secretaria, o Ministério poderá apoiar e estimular o desenvolvimento de modelos de arrecadação de direitos autorais em outras áreas da cultura. Um dos grandes desafios é a defesa da propriedade intelectual no ambiente digital, especialmente nas plataformas de streaming, que carece de regulação específica. A pasta também terá a função de estimular o desenvolvimento de novos modelos de negócios, que rentabilizem efetivamente os criadores intelectuais e apresentem melhores condições de oferta e preço competitivo ao consumidor, desestimulando a pirataria por novos meios de oferta. Também será responsável pela promoção da cultura de respeito aos direitos intelectuais, com ações de conscientização junto à população, que estimulem o combate à pirataria e busquem maior valorização dos direitos autorais.

Apenas na música, o direito autoral movimenta cerca de R$ 1,2 bilhão no Brasil. “É um volume muito grande. Temos cerca de 260 mil pessoas que são remuneradas pela arrecadação de direitos autorais no campo da música. Precisamos ter modelos estabelecidos também para outros campos”, defende o ministro Sá Leitão.

Outro aspecto relevante da Secretaria será estimular os modelos de gestão coletiva de direitos e atuar como mediadora de conflitos entre realizadores criativos e agentes econômicos.

Em janeiro deste ano, o MinC fez a entrega do certificado de habilitação para arrecadar direitos autorais ao Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) e a sete associações de gestão coletiva musical.

Segundo o ministro, a nova secretaria pressupõe forte permeabilidade social e articulação com a sociedade civil na condução das suas ações, dentro da política de diálogo permanente aberto pelo Ministério.

Restruturação das secretarias

A criação da Secretaria do Direito Autoral faz parte de um conjunto de mudanças na estrutura do Ministério da Cultura, que visam reduzir custos e dar maior efetividade à pasta. A Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural e a Secretaria de Articulação e Desenvolvimento Institucional passam a ser um só organismo, com as competências de ambas as pastas, formando então a Secretaria da Diversidade Cultural. Não vai haver perda de atribuição. Já a Secretaria da Economia da Cultura passa a se chamar Secretaria da Economia Criativa.

Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura

Disponível em: <http://www.cultura.gov.br/noticias-destaques/-/asset_publisher/OiKX3xlR9iTn/content/brasil-tera-orgao-de-protecao-dos-direitos-intelectuais/10883>. Acesso em: 19 jun. 2018.

MEC publica portaria sobre Recursos Educacionais Abertos

Documento normativo define que todos os recursos educacionais financiados com fundos públicos devem ter licença aberta e, quando digitais, disponibilizados em plataformas na web

O Ministério da Educação (MEC) publicou no Diário Oficial da União nova portaria que define critérios de aquisição de recursos educacionais voltados para a educação básica produzidos com recursos financeiros do MEC. O documento normativo traz as definições e diferenças entre recursos educacionais “abertos” e “gratuitos” e estabelece, em seu artigo 7º, que deverão ser sempre abertos os recursos educacionais adquiridos ou produzidos com fundos públicos. Pelo artigo 8º, fica estabelecido que os instrumentos legais, como por exemplo, editais de contratação, deverão se adequar à portaria com cláusulas de licenciamento aberto.

A presente portaria é resultado de um amplo processo de formação e trabalho em prol da causa da Educação Aberta e dos Recursos Educacionais Abertos que vêm sendo feitos pela Iniciativa Educação Aberta nos últimos três anos em colaboração com gestores do Ministério da Educação.

Trata-se do primeiro instrumento normativo que formaliza a implementação de uma política de educação aberta que começou a ser construída pelo MEC a partir do Compromisso #6 do 3º Plano de Ação de Governo Aberto (OGP-Brasil), que destaca os princípios de uso, reuso e adaptação dos recursos educacionais digitais produzidos produzidos pelo MEC.

A execução do compromisso do OGP-Brasil resultou em ações relacionadas à REA que já estão em andamento, como o recente edital que exige licenciamento aberto dos recursos educacionais para a Robótica Educacional, e os editais do Programa Nacional do Livro Didático de 2019 e 2020, que exige que os recursos digitais complementares para o professor deverão ter licença Creative Commons.

A recém lançada Plataforma Integrada de Recursos Educacionais Digitais do Ministério da Educação (MEC RED) também promove os REA. Busca reunir todo o acervo de recursos educacionais já produzidos pelo MEC, assim como faz referência para recursos educacionais em plataformas de instituições parceiras, com indicação da respectiva licença de uso. Uma dessas plataformas parceiras é a REliA, primeiro referatório de REA, organizado pelo Instituto Educadigital, que visa facilitar a busca de recursos com licenças abertas por área do conhecimento, disciplina, tipos de mídia e licenças de uso, servindo como modelo de implementação para futuros repositórios abertos.

Para estudar e conhecer melhor o tema dos REA, o MEC constituiu um Grupo de Trabalho (GT) sobre REA, coordenado pela Secretaria de Educação Básica (SEB), com participação de gestores de diversas diretorias, secretarias e autarquias do MEC, organizações da sociedade civil, universidades e UNESCO (Representação Brasil). Os encontros acontecem em Brasília, em periodicidade bimestral, e envolvem atividades colaborativas para identificação dos principais desafios e busca de soluções, assim como entrevistas com profissionais da gestão pública com experiência em implementação de políticas de educação aberta. A Diretora de Apoio às Redes, Renilda Lima e a coordenadora-geral de Tecnologias e Inovação da Educação Básica, Marlucia Amaral, apresentaram as ações recentes do MEC no 2º Congresso Global de Recursos Educacionais Abertos da UNESCO, realizado na Eslovênia em 2017.

“Vamos organizar ações de formação e apoio aos gestores do MEC, fornecedores e parceiros, para que conheçam e se apropriem das implicações da portaria e possam contribuir com a abertura dos recursos no âmbito do ministério”, explicou Marlucia Amaral.

As recentes ações do MEC exemplificam vários dos preceitos indicados no livro-guia Como Implementar uma Política de Educação Aberta lançado pela Iniciativa Educação Aberta em 2017. Estão também em consonância com a Estratégia Digital Brasileira, lançada em março de 2018, por meio do Decreto 9319/2018, e avançam as metas delineadas pelo Plano de Ação de Liubliana.

Disponível em: <http://aberta.org.br/mec-publica-portaria-sobre-recursos-educacionais-abertos/>. Acesso em: 8 jun. 2018.

36ª Reunião do Standing Committee on Copyright and Related Rights (SCCR)

Esta semana ocorre a 36ª Reunião do Standing Committee on Copyright and Related Rights (SCCR) da  World Intellectual Property Organisation (WIPO).

De 28 de maio a 1 de junho de 2018, instituições como IFLA e EIFL estarão presentes nessa reunião para dar voz às bibliotecas, arquivos e museus. Com isso, pretende-se continuar a discussão sobre  a criação de um instrumento internacional de limitações e exceções aos direitos autorais que favoreçam as atividades dessas instituições.

Para esta reunião também foi publicado o documento “Projetos de planos de ação sobre exceções e limitações previstos até a 39ª sessão do SCCR (2ª reunião a celebrar-se em 2019)” com as atividades a serem cumpridas:

  • elaborar uma tipologia dos mecanismos, legislativos ou não, de exceções e limitações para bibliotecas, arquivos e museus;
  • realizar um estudo exploratório sobre os arquivos;
  • finalizar o estudo exploratório sobre os museus;
  • realizar uma sessão de intercâmbio de ideias sobre bibliotecas para identificar as demandas mais prementes que devem constar no instrumento internacional;
  • realizar pelo menos dois seminários internacionais com membros da SCCR e setores interessados para analisar a situação de bibliotecas, arquivos, museus e instituições de investigação em relação às limitações e exceções;
  • realizar uma conferência sobre limitações e exceções com membros da SCCR e setores interessados em relação com os direitos autorais e direitos conexos.

Esses planos de ação parecem indicar que há um forte empenho do SCCR em definir mais precisamente o conteúdo do instrumento jurídico sobre limitações e exceções.

Acompanharemos e publicaremos mais notícias após o fim da reunião.

Como administrar direitos autorais?

As questões que envolvem o direito autoral são delicadas e devem ser estudadas com bastante atenção durante o processo de produção editorial. Para discutir esses temas, a Universidade do Livro, braço educacional da Fundação Editora da Unesp, oferece de 21 a 24 de maio o curso presencial A administração e gestão de direitos autorais, licenciamentos e perspectivas legais, ministrado pela especialista em direito autoral Maria Luiza de Freitas Valle Egea e a agente literária Rosa Maria Rodrigues Castello Nuovo.

Ao longo dos quatro encontros, as docentes abordam temas como gestão de contratos, prestação e análise de contas, negociação com autores, herdeiros e agentes literários, negociação de cláusulas e custos envolvidos no processo. Também analisam questões conflituosas na prática da gestão do direito autoral em relação à orientação jurídica.

Destinada a editores, gestores de direitos autorais, assistentes editorais, assistentes administrativos, agentes literários, autores, profissionais liberais e demais interessados, as aulas acontecem de 21 a 24 de maio, das 18h30 às 21h30, na sede da Universidade do Livro. O investimento é de R$ 524,00 (R$ 419,00 para estudantes em geral, profissionais da Unesp e do mercado editorial) com inscrições até 21 de maio de 2018. O valor pode ser parcelado em até seis vezes no cartão de crédito (para inscrições até 21 de maio) ou em até quatro vezes no boleto bancário (para inscrições até 14 de maio).

Sobre as docentes – Maria Luiza de Freitas Valle Egea é advogada formada pela PUC/SP e especializada em Direito Autoral. Vice-presidente da Associação Brasileira de Direito Autoral. Membro da Comissão Especial de Propriedade Imaterial da Ordem dos Advogados do Brasil/SP. Membro da Comissão de Entretenimento do Instituto dos Advogados de São Paulo. Professora da Escola Superior de Advocacia da OAB/SP – cursos de Propriedade Imaterial e do Entretenimento e do curso Fashion Law na matéria de direito autoral na Faculdade Santa Marcelina. Palestrante em diversos congressos relativos ao Direito Autoral. Organizadora de cursos e eventos na área de Propriedade Intelectual através da FVE-CIEN, divisão da Freitas Valle Egea Advogados Associados.

Rosa Maria Rodrigues Castello Nuovo é profissional do livro há mais de 30 anos, atualmente é agente literária e profissional liberal. Graduada em Administração de Empresas pela Universidade São Judas e desenvolvimento de carreira em gestão de pessoas e processos com ênfase no segmento editorial, especificamente na área de Direitos Autorais. Expertise na gestão e coordenação de processos de reestruturação e profissionalização da área de Direitos Autorais. Gerenciamento de documentações referentes ao atendimento de editais dos Programas de Governo junto ao MEC (didáticos e paradidáticos) no que tange aos autores, elaboradores e colaboradores. Responsável pela entrada de originais de obras gerais e distribuição de editais. Vivência na implantação do Sistema Editorial, Licenciamento e Autorizações de Direitos Autorais. Conhecimentos em revisões e melhorias de contratos de cessão e edição. Habilidades no relacionamento com autores, agentes literários, herdeiros e sucessores. Interface com cerca de 500 autores, revisão de trabalhos, controle de prazos, elaboração e conferência de contratos de edição e cessão de direitos autorais, licenciamento de textos de livros didáticos e literatura.

A administração e gestão de direitos autorais, licenciamentos e perspectivas legais
Data: 21 a 24 de maio de 2018
Horário: 18h30 às 21h30
Carga horária: 12 horas
Inscrições: até 14/05/2018 para pagamento com boleto bancário e até 21/05/2018, às 16h para pagamento com cartão de crédito
Investimento: R$ 524,00 (R$ 419,00 para estudantes, profissionais da Unesp e do mercado editorial)
Local: Universidade do Livro – Praça da Sé, 108, 7º andar (esquina com rua Benjamin Constant) – São Paulo (SP)
Fone: (11) 3242-9555; 3242-7171 – ramais 502 e 503
E-mail: unil@editora.unesp.br

Clique aqui para informações e inscrições on-line.

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp

Disponível em: <http://editoraunesp.com.br/blog/como-administrar-direitos-autorais?utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=Infomativo+105+B>. Acesso em: 10 maio 2018.

Direitos autorais no XX SNBU

O XX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias (XX SNBU) terá alguns trabalhos sobre acesso aberto e direitos autorais. Confira!

Propriedade industrial, inovação e prospecção tecnológica
Sara Maria Peres Morais

O uso de plataformas abertas por bibliotecas universitárias: uma discussão introdutória
Ana Cláudia Gouveia Araújo; Beatriz Santos Silva de Lima; Rafaela Maria de Mello Cavalcanti Tenório; Tony Bernardino Macedo

Livros digitais e bibliotecas universitárias: sobre modelos de negócios e formas de acesso ao conteúdo
Liliana Giusti Serra

Mapeamento das licenças de uso adotadas em periódicos abertos de Ciência da Informação
Claudio Márcio de França; Luziana Jordão Lessa Trézze; Maria Helena Ferreira Xavier da Silva; Patrícia Henning; Thaíssa Lage Matias da Fonseca; Vanessa Batista de Oliveira

Políticas de acesso aberto para universidades brasileiras: um olhar sob a ótica do regime de informação e da política de informação em repositórios institucionais
Ivanilma Oliveira Gama

Práticas de disponibilização da produção científica da Universidade Federal da Bahia: contribuição à política institucional de acesso aberto
Anilza Gomes; Flávia Goulart M. Garcia Rosa

Produção científica em acesso aberto: o antes e o depois da iniciativa de Budapeste
Anderson Santana; Rogério Mugnaini

Reflexões para revisão da Lei De Direitos Autorais em face da missão da biblioteca
Maria Lucia Beffa

Recursos educacionais abertos: o caso do repositório digital Lume e suas funcionalidades de
letramento e competência informacional
Elazimar Menezes de Souza; Catia Vasconcellos Marques; Isabela Arantes; Patrícia Henning; Tatiana Neves Cosmo

Autoria precoce na Coreia do Sul

O governo da Coreia do Sul vai iniciar uma investigação para apurar casos de pesquisadores que registraram os próprios filhos como coautores de seus artigos científicos. A decisão foi anunciada após um relatório divulgado pelo governo identificar a publicação recente de 82 papers em que menores de idade figuram como coautores – a maioria cursando o ensino médio e alguns até o ensino fundamental. De acordo com a revista Nature, os pesquisadores provavelmente buscaram criar vantagens para os filhos na briga por uma vaga em universidades, um processo altamente competitivo no país.

Os casos foram descobertos graças a uma análise dos artigos escritos por mais de 70 mil pesquisadores coreanos de todas as áreas do conhecimento ao longo dos últimos 10 anos. O trabalho, realizado pelo Ministério da Educação do país, foi deflagrado no final de 2017, quando se constatou a existência de um menor de idade assinando um artigo científico em parceria com um familiar que trabalha na Universidade Nacional de Seul. Esse tipo de coautoria foi encontrado em papers publicados por pesquisadores de 29 universidades coreanas. Em 39 dos 82 artigos, as crianças ou adolescentes teriam colaborado com a pesquisa por meio de atividades de um programa estudantil. O governo coreano não divulgou os nomes dos pesquisadores investigados nem dos periódicos envolvidos.

Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2018/03/20/autoria-precoce-na-coreia-do-sul/>. Acesso em: 21 mar. 2018.

O bibliotecário como gestor de direitos autorais

Lesley Ellen Harris publicou recentemente o texto “Copyright librarians and other non-lawyers as copyright managers“.

Alguns pontos interessantes do texto são:

  • os direitos autorais afetam outros profissionais além dos advogados, como bibliotecários, produtores de vídeo, fotógrafos, dentre outros;
  • os direitos autorais, embora complexos, podem ser esclarecidos para situações específicas por outros profissionais, como os bibliotecários (importante ressaltar que apenas os advogados podem oferecer aconselhamento jurídico);
  • muitas companhias já possuem profissionais que não são da área do Direito para gerenciar direitos autorais e tratar de questões de uso justo (fair use), como o Copyright Librarian ou Copyright Officer ou Copyright Specialist. Geralmente são títulos de cargos atribuídos ao bibliotecários que trabalham com direitos autorais.

No Brasil, o bibliotecário exerce indiretamente algumas atividades relacionadas aos direitos autorais, como a negociação de contratos de recursos eletrônicos com fornecedores, auxílio aos pesquisadores no preenchimento da declaração de direitos autorais de revistas científicas, obtenção de autorização de autores para digitalização de teses, dissertações e apostilas utilizadas em cursos universitários, dentre outras.

E você? Conhece mais alguma atividade que o bibliotecário brasileiro exerce relacionada aos direitos autorais?

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